Uma das particularidades mais interessantes de Santa Catarina é a diversidade das regiões. Bem diferente do que acontece em outros Estados, aqui cada região tem um jeito próprio. Moro em terras catarinenses há 11 anos, vindo do Rio Grande do Sul. Tive a oportunidade de viver em cidades próximas no mapa – Blumenau e Florianópolis -, mas distantes no estilo de vida. De um lado o estilo germânico, do outro as 42 praias da Ilha. É como se eu tivesse mudado de Estado. Mas não, a troca só foi de cidade.
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Repercutiu dias atrás a fala de uma participante de reality show disparando contra os catarinenses. Fiz questão de nem assistir a todo o trecho porque a xenofobia, assim como os demais tipos de preconceito, é algo que me incomoda profundamente. Casos assim devem ser respondidos com afirmações, demonstrações reais do quanto as falas preconceituosas estão absurdamente erradas. O ataque da subcelebridade foi às pessoas do Estado, justamente aquelas que tornam SC um dos melhores lugares para viver. Declarações baseadas em achismos particulares em nada representam o que um local realmente é.
A diversidade catarinense, protagonizada pelas pessoas daqui, responde. O que se pode viver nas diversas regiões de Santa Catarina comprova o quanto o Estado é especial na forma e no jeito próprio de ser. Em apenas um “tour escrito” consigo exemplificar o que quero dizer.
Vamos, então, para Blumenau caminhar pela Vila Germânica enfeitada de Natal, tomar um chope e depois comer aquele prato típico alemão. Depois seguimos até Joinville curtir uma apresentação do balé Bolshoi. Na volta pelo Litoral aproveitamos um prato de peixe em Itajaí, e ainda caminhamos por Balneário Camboriú no final da tarde. Dali seguimos para a Serra Catarinense. Comemos o queijo serrano, aproveitamos o frio de Urubici, Urupema, Bom Jardim da Serra e São Joaquim até pegar a estrada de novo para degustar um porco-pizza em Chapecó sob um dos mais belos pôr-do-sol de SC. Por fim, voltamos pelo Meio-Oeste, passamos por Lages e descemos a Serra do Rio do Rastro para chegar ao Sul do Estado nas simpáticas cidades do pé da Serra e na acolhedora Criciúma.
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Tudo isso só para ficar nas belezas turísticas e gastronômicas de cada região, porque poderia citar potenciais econômicos também, além de lembrar de outras cidades. A pequena demonstração acima é o que mais me atrai em Santa Catarina. Posso me sentir praticamente em um país diferente em cada região. Cada povo ao seu estilo, com seu sotaque, com sua cultura.
E não há nada de errado nisso, muito pelo contrário. Erra, na verdade, quem tenta tornar o Estado uma coisa só como forma de tentar copiar outros lugares. O jeito catarinense não é único, ele é uma mistura que só critica ou desdenha quem não gosta de diversidade e qualidade de vida.
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