
O anúncio do Ministério da Educação de que vai bloquear em 30% o orçamento de todas universidades e institutos federais do país não surpreendeu os reitores. O corte já era esperado e vinha sendo discutido, internamente, na rede federal. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo, já contava com um bloqueio de 25%, equivalente a R$ 46 milhões – e agora terá que apertar as contas um pouco mais.
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Nesta quarta-feira, o reitor Ubaldo Balthazar disse que soube que a margem de corte aumentou pela imprensa. A universidade já está trabalhando em ações para racionalizar recursos, com a revisão dos contratos. O trabalho será “hercúleo”, em suas palavras:
– Se bloquear mais, fechamos a porta e entregamos a chave.
O anúncio do MEC, de que estenderia o bloqueio a toda a rede federal, veio depois de uma polêmica. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, informou que faria os cortes especificamente na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidade Federal da Bahia (UFBA) por “balbúrdia” – o que foi compreendido como motivo ideológico, que fere a autonomia universitária e é inconstitucional.
Mais tarde, voltou atrás e disse que o contingenciamento era geral.
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O reitor da UFSC comentou a possibilidade de cortes motivados por questões ideológicas:
– É uma situação inédita e isso é um problema, porque a universidade é plural. É um universo, um lugar de pensamento universal, em que temos que trabalhar com diferentes correntes – comentou.
Balthazar afirmou que isso não será motivo para censura de eventos ou movimentos dentro dos campi da universidade.:
– Tentaram censurar o (Guilherme) Boulos. Na semana passada recebemos a Manuela Dávila. Se o Olavo de Carvalho for convidado, vamos garantir que tenha o espaço dele também. A universidade é plural não vamos censurar. Temos que aprender a respeitar a opinião dos outros, sem agressões.