Seguindo a linha do que o governo do Estado vinha adiantando nos últimos dias, o prefeito de Florianópolis Gean Loureiro anunciou medidas mais restritivas mesmo com a liberação de novas atividades econômicas em Santa Catarina, neste sábado. Diante do quadro de casos, a Capital catarinense precisa realmente ser tratada de forma diferenciada. Por isso a necessidade de um período maior de quarentena em comparação com outros municípios.

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O secretário Executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, divulgou na sexta-feira dados que exemplificam a atenção que Florianópolis precisa ter. Segundo a estatística por Capitais, a cidade catarinense é a quarta do País em casos por milhão de habitantes. Ficamos atrás somente de Manaus (AM), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). Florianópolis está na frente, inclusive, do Rio de Janeiro (RJ). Aqui, até a sexta-feira, eram 331 casos por milhão de habitantes, conforme o dado do secretário.

Como serão mais sete dias de restrições, a Capital terá uma semana para continuar reforçando a estrutura da Saúde. A retomada ocorrerá, e Gean Loureiro deixou claro que pretendo discutir como ela será feita junto aos setores. Até lá, Florianópolis precisa se preparar para o novo momento. Os primeiros passos vêm sendo dados com a compra de testes. Dois pontos importantes foram anunciados neste sábado: a testagem por drive-thru dos casos suspeitos e a aplicação de testes nos passageiros que desembarcam no aeroporto internacional Hercílio Luz.

A medida de manter restrições traz pressão à prefeitura, mas não há como ignorar o que as estatísticas apontam. Os números apresentados na coletiva deste sábado por Gean mostram que em 30 dias a cidade pode não ter mais leitos de UTI disponíveis caso as ações de isolamento social não seja intensificadas. Em mortes, de acordo com o gráfico de projeção até o final de maio, a Capital poderia chegar a 298 com a abertura ampla de atividades.

Não há como acertar 100% neste momento. O Estado já registra 21 mortes. O ideal seria não termos caso algum, mas a partir de agora as autoridades precisam agir para errar da menor forma possível. O impacto na economia também é alto, por isso a necessidade de que em paralelo das ações em saúde, prefeituras e os governos estadual e federal atuem com pacotes para amenizar os efeitos das medidas de restrição.

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Quando voltam as atividades

Em coletiva de imprensa depois dos anúncios em live no Facebook, a prefeitura da Capital condicionou a volta das atividades em Florianópolis à curva de casos, mas também indicou que a retomada pode ocorrer conforme ajustes feito junto aos setores: "sabemos que nem todo mundo suporta uma quarentena por longo período", afirmou Gean Loureiro sobre a questão econômica. O prefeito falou na construção de uma saída para os estabelecimentos que os permite funcionar.

Os testes, segundo ele, também são fundamentais. A Capital comprou 35 mil materiais, sendo 25 mil deles de resposta rápida.

Diferenças

Ao abrir a possibilidade de as prefeituras tomarem decisões próprias, o governo do Estado gera diferenças entre os municípios. Será possível que cidades vizinhas tenham níveis diferentes de restrição a partir de segunda-feira. Além das medidas adotadas pelo decreto estadual, que devem ser seguidas por todos os prefeitos, caberá a eles avaliar aquilo que pode ser flexibilizado dentro que foi liberado.