A informação de que o coronavírus foi encontrado na China em uma embalagem de frango originária de Santa Catarina mobiliza o setor de carnes e o governo federal. O Ministério da Agricultura (MAPA) deve emitir um posicionamento nas próximas horas. Nos bastidores, a divulgação da prefeitura de Shenzen ainda é vista com cautela por conta do controle rígido dos produtos exportados.

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Uma das contestações é o tempo que leva para a carne chegar até o continente asiático. São 40 dias de viagem até o destino. Por isso a informação preocupa ainda os empresários e autoridades envolvidas com a venda de carnes no Brasil. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também acompanha o caso e busca mais detalhes.

No comunicado divulgado pelas autoridades de Shenzen há o número do SIF 601, referente a uma planta da Aurora Alimentos em Xaxim, no Oeste de Santa Catarina. Inicialmente a informação é de que o coronavírus estava na carne, mas representantes do setor também trabalham com a possibilidade de que a amostra estivesse na embalagem. As pessoas que tiveram contato com o produto foram testadas e o resultaod deu negativo.

A apreensão no setor de carnes é grande por conta de possíveis reações do mercado chinês aos produtos vendidos pelo Brasil. No entanto, até o momento a China não trouxe mais detalhes sobre a amostra identificada e nem um posicionamento oficial.

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Em nota, a ABPA afirmou nesta quinta-feira que está analisando as informações: “Ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil está em contato para esclarecimentos com o GACC (autoridade sanitária oficial da China), que fará a análise final da situação”.

A ABPA diz que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O que diz o MAPA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou em nota que ainda na quarta-feira (12) começou a buscar informações oficiais “que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação”. Até o momento, o MAPA não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência: “O MAPA reitera a inocuidade dos produtos produzidos nos estabelecimentos sob SIF, visto que obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública”.

O que diz a secretaria

Também em nota, a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural “reforça a confiança na credibilidade e qualidade dos alimentos produzidos em Santa Catarina” O Estado ainda analisa as informações divulgadas por autoridades municipais de Shenzen, na China, sobre uma possível detecção de traços de vírus em uma embalagem de produto brasileiro.

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