As ações em Santa Catarina para que se evitem aglomerações diante do novo coronavírus começam a aparecer. Sejam elas privadas ou públicas, demoraram a dar sinais mais concretos. Instituições federais de ensino resolveram suspender suas atividades pelos próximos dias, um sinal de prevenção importante diante dos sete casos confirmados no Estado. Os anúncios começaram a surgir no final de semana. Em comparação com outras regiões do país, as medidas até então eram tímidas.
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Estados Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco já adotaram regras mais avançadas como a suspensão de aulas. Neste último, por exemplo, a rede estadual na capital Recife será paralisada a partir desta quarta-feira. São oito os casos confirmados da doença em Pernambuco, enquanto em SC o último balanço aponta para seis.
O governo catarinense ainda não anunciou medidas relacionadas aos estudantes, enquanto as prefeituras seguem no mesmo caminho. A exceção é Rancho Queimado, na Grande Florianópolis, onde há restrições mais extensas por conta de dois casos confirmados. A decisão é complicada e requer muita cautela por conta dos impactos nas famílias, mas o momento pede também ações ousadas para resultados práticos na prevenção. Escolas particulares da Capital já resolveram adotar a suspensão das atividades. Os servidores estaduais terão de se adequar a um decreto com novas regras e restrições divulgado nesta segunda-feira pelo Executivo.
Mas ainda faltam mais sinais de diferentes lados. A Federação Catarinense de Futebol ainda permitiu jogo com portão aberto no final de semana e não sinalizou o que pretende fazer daqui para frente. O setor privado certamente vai sentir o momento no ponto de vista econômico, assim como trabalhadores autônomos, em quantidade crescente nos últimos meses. As reações, porém , precisam vir de todos os setores. São medidas duras, mas com possíveis resultados importantes no combate à doença.
Na Itália, país com os números mais alarmantes neste momento, os relatos apontam para uma demora na reação e isolamento das comunidades. As medidas de confinamento entraram em vigor na região de Milão há uma semana. Em seguida, foram ampliadas a todo o país, o que, segundo o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, deverá dar resultado em duas semanas.
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O Brasil não pode cometer os mesmos erros. Enquanto isso, a Argentina, onde já morreram três pessoas por conta da doença, fechou suas fronteiras, inclusive as ligações com cidades brasileiras. As medidas devem ser de prevenção e não de alarmismo. Com orientação e divulgação, Estados, municípios e empresas precisam encarar o momento com a seriedade que ele exige.