Apesar de bastante restritivas, as medidas de isolamento do governo de Santa Catarina por conta do novo coronavírus foram aceitas pelos catarinenses. A mobilização foi tanta que a reação da flexibilização do isolamento marcada para a próxima semana trouxe uma enxurrada de críticas nas redes sociais. As publicações do governador Carlos Moisés de Silva foram inundadas por reações, algumas marcadas por dúvidas quanto ao que volta a funcionar, mas as apreensões chamam a atenção, inclusive com a resposta do chefe do Executivo com o argumento de que o pedido é para que as pessoas permaneçam em casa, além de que ainda há dias de quarentena pela frente.
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Visivelmente, os catarinenses estão preocupados. Fora os que preferem promover aglomerações e manifestações – uma pequena parcela do Estado, registre-se -, o clima é de apreensão. E isso está diretamente ligado ao que se vê no mundo. Casos como o da Itália e da Espanha são marcantes. As imagens dos hospitais lotados, os relatos de brasileiros na Europa e as notícias de mais mortos a cada dia assustam.
Mesmo com o crescimento da mobilização na internet e a força da #SCNãoQuerMorrer, o governo mantém-se firme na decisão de colocar em prática um plano de retomada das atividades econômicas a partir de segunda-feira, 30 de março. Nesta sexta-feira é aguardada mais uma coletiva de imprensa do governador. Será o momento de o governo acalmar a população e explicar os números.
Segundo o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, o governo trabalha com dados econômicos e de saúde. O que falta, então, é um detalhamento. Apesar do pedido para que as pessoas permaneçam em casa, o governo agora terá de apresentar à sociedade os motivos de sua decisão, incluindo o desenho da curva de casos atual e a previsão para os próximos meses.
A sensação de preocupação do catarinense agravou-se quando o próprio governador alertou que a crise do coronavírus nem sequer chegou ainda. A decisão, porém, carrega um grande peso econômico. A pressão de entidades e empresários cresce a cada dia pela liberação de atividades paralisadas. Como se sabe, a retomada ocorrerá e é necessária. Não há como desvincular as decisões tomadas na saúde da economia. Os dois assuntos caminham juntos.
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Mas o catarinense visivelmente precisa estar melhor informado sobre os dados que embasaram o plano estratégico e como a secretaria de Saúde vai fazer para que possamos estar prontos para o que o governador vem chamando de “convivência com o vírus”.
Isso será necessário para que as pessoas retomem a confiança inicial depositada quando as restrições foram implementadas.