Nomeada para a Coordenadoria da Igualdade Racial no governo de Carlos Moisés da Silva (PSL), a tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, Edenice Fraga, foi exonerada da função cinco dias depois de ela ter sido nomeada para o cargo na Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Renda. A escolha de Edenice motivou uma reação de aliados do governador, que questionaram a filiação da policial ao Rede Sustentabilidade. Nas eleições de outubro, ela concorreu a deputada estadual pelo partido.
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Jessé Lopes (PSL), eleito para a Alesc, foi enfático na reclamação contra a nomeação em sua rede social. Nesta quarta-feira, com a confirmação a exoneração de Edenice, ele comemorou a decisão do governo em uma publicação. Lopes ainda criticou a existência da coordenadoria.
Em texto enviado para amigos, a tenente-coronel lamentou a saída e disse que deixou projetos encaminhados: "Quando aceitei trabalhar na coordenação eu fui pela causa a qual eu defendo, isto é, a promoção de políticas públicas em prol da igualdade racial, até porque enquanto mulher negra eu conheço de perto o racismo. Eu não aceitei o cargo por adesão a partido político, pois mantenho os meus princípios", escreveu.
À coluna Edenice confirmou a demissão e disse que a pressão política foi o motivo apontado pela secretaria. Ela não vê responsabilidade do governador Carlos Moisés e da secretária da SST, Maria Elisa de Caro, a quem elogiou. Mas, explicou a tenente-coronel, o posicionamento de membros do partido foi fundamental para a sua saída da função.
Diferente do que contou Edenice, por nota, a Secretaria da Casa Civil disse que ela "não deu início ao exercício da função, pois não chegou a ser empossada". E ainda completou: "A investidura do cargo público se completa com a posse, o que não aconteceu no caso de Edenice. Ela também não foi exonerada. Conforme aponta o Diário Oficial, o Governo do Estado tornou sem efeito a sua nomeação, após uma reavaliação das funções junto à Secretaria da Assistência Social".
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Esta foi a segunda exoneração pelo mesmo motivo em oito dias de governo. A primeira foi a do escolhido para a presidência da Santur, Tiago Savi. Em sua rede social ele havia se posicionado contrário a Jair Bolsonaro (PSL) durante as eleições. Assim, Savi foi alvo de críticas de aliados de Moisés, como Jessé Lopes.