O Controlador-Geral do Estado (CGE), Luiz Felipe Ferreira, escreveu um ofício em que pede demissão do cargo nesta segunda-feira. Procurado, o governo do Estado diz que a informação ainda não é considerada oficial. A coluna teve acesso ao documento que consta no sistema interno do governo com o pedido. A data do ofício é 29 de junho de 2020. Procurado pela coluna, Ferreira inicialmente negou na noite de segunda-feira que já tivesse pedido para sair. Na manhã desta terça-feira, porém, ele admitiu a saída e se colocou à disposição para a transição.

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Ele estava no governo Carlos Moisés da Silva desde o período da transição, no final de 2018, e assumiu a CGE com a aprovação da reforma administrativa. O pedido foi protocolado no sistema interno do governo no começo da noite, com destinatário o governador. Segundo o documento, “os motivos deste pleito são de caráter pessoal”. Ele ainda escreveu: “Aproveito o ensejo para agradecer a oportunidade, a confiança e o apoio recebido durante minha permanecia no cargo”.

Ofício que está no sistema interno do governo de SC com o pedido de saída de Ferreira; ela afirma que não assinou o ofício
Ofício que está no sistema interno do governo de SC com o pedido de saída de Ferreira; ela afirma que não assinou o ofício (Foto: Reprodução)

Ferreira diz que compra dos respiradores “foi feita para burlar o controle interno”

Na última sexta-feira, nove servidores pediram exoneração de cargos de confiança e chefia da CGE, incluindo a controladora-geral adjunto, Simone Becker. As saídas ocorrem em meio à polêmica sobre a falta de ação do órgão no processo de compra dos 200 respiradores que é investigada por uma força-tarefa e uma CPI na Alesc.

Ferreira prestou dois depoimentos na comissão, e Simone vai ser ouvida na quinta-feira (2). Os deputados criticam a CGE por não ter evitado a negociação.

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Mais uma saída

Está a segunda saída de um membro do primeiro esclação do governo Moisés. Na última sexta-feira, o Chefe da Casa Civil, Amandio João da Silva Junior, foi exonerado da função.

Na última semana, durante a CPI dos Respiradores na Assembleia Legislativa (Alesc), o nome de Amandio veio à tona por conta de uma imagem em que ele aparece em uma chamada de vídeo junto com um empresário que participou do processo inicial dos respiradores. Samuel Rodovalho, o empresário em questão, acabou não vendendo para o Estado, mas teve um mandando de busca e apreensão cumprido contra ele na operação O2, do MP e Polícia Civil.

Foi no celular de Rodovalho que os investigadores encontraram uma mensagem que levou o processo dos respiradores para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela cita a palavra “governador”. E isso fez o inquérito subir para Brasília por conta do foro privilegiado do governador Carlos Moisés da Silva.