A principal lição da operação Chabu, que indiciou 17 pessoas, entre elas o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, é o cuidado com o vazamento de informações de operações policiais em Santa Catarina. O inquérito da Polícia Federal (PF) apontou para sete investigações com informações divulgadas para supostos envolvidos antes da deflagração das ações das forças de segurança. Os indícios são graves, e envolvem pessoas ligadas à própria PF e ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (MP-SC) do Ministério Público (MP-SC).
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O sucesso de uma operação depende fundamentalmente do segredo de suas informações. No inquérito concluído da Chabu, há indícios de troca de mensagens com dados da ações policiais até então sigilosas, o que atinge diretamente a eficiência dos trabalhos policiais.
No caso da Chabu, por exemplo, os policiais relatam sinais de que os investigados sabiam dos mandados cumpridos em 18 de junho antes mesmo da operação. As provas são diversas, como a viagem repentina de um dos alvos e a movimentação em um escritório que seria vistoriado pelos policiais federais. Tanto MP-SC como a PF precisam rever seus procedimentos internos. O Gaeco já anunciou que fará mudanças internas por conta dos resultados da Chabu.
Os impactos jurídico e político ainda são incalculáveis por conta da necessidade do posicionamento do MPF e do TRF-4, mas a Chabu traz o forte alerta para o vazamento de operações, principalmente as que envolvem núcleos políticos. Ignorar os sinais é jogar fora o trabalho da PF para apurar a suposta organização criminosa que se formou para vazar operações.
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