As denúncias mais recentes sobre a compra de vacinas contra a Covid-19 no Brasil são assustadoras. A suspeita de que propina foi negociada por integrante do Ministério da Saúde para a aquisição de imunizantes, conforme publicou o jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (29), coloca mais um ingrediente na má gestão do governo federal no processo de imunização contra o coronavírus. Aos poucos, a compra de vacinas no Brasil ganha ainda mais ares de escândalo.
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Acompanhe o avanço da imunização em SC
Todo esse cenário começa ainda em 2020, quando o governo federal ignorou e-mails da Pfizer, que fazia oferta de imunizantes para o país. Os fatos foram trazidos à tona pela CPI da Pandemia recentemente. O Ministério da Saúde teve a oportunidade de avançar e começar antes a vacinação, mas deixou passar, literalmente, sem respostas as oportunidades que surgiram.
Recentemente, com a denúncia dos servidor Luis Ricardo Miranda de que dentro do ministério havia uma tentativa de fraude na aquisição da vacinação da Covaxin, o cenário ficou ainda mais preocupante. Miranda relatou que levou o caso ao presidente da República, Jair Bolsonaro, mas que nada foi feito para investigar o contrato à época da denúncia, em março. A compra, felizmente, não foi efetivada.
Com a reportagem da Folha desta terça-feira, em que um empresário diz ter recebido oferta de propina de um diretor do Ministério da Saúde, abre-se uma série de perguntas sobre os motivos de o governo ter sido lento nas aquisições. Além disso, o relato do denunciante à jornalista Constança Rezende coloca em xeque o próprio ministério e suas estruturas internas. O empresário diz que o diretor que fez pedido de propina relatou a existência de um “grupo” dentro da pasta que deveria ser atendido.
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Por isso que o governo federal deve urgentemente esclarecer o que ocorre dentro do Ministério da Saúde em meio à pandemia. As denúncias são graves. O Brasil tem mais de 500 mil vidas perdidas, sendo que boa parte poderia ter sido salva se a imunização iniciasse antes. Mas demorou, e agora surge a suspeita de outros motivos por trás da lentidão e das recusas aparentemente “administrativas” para a compra das vacinas.
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Há um escândalo se formando no país em torno dos imunizantes. Cabe aos órgaõs de fiscalização e do Judiciário postura firme, enquanto o governo federal deve se explicar e “arrumar a casa” o quanto antes. Vidas estão em jogo, e as suspeitas são de que, novamente, o Brasil é refém da corrupção.
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