A 11 dias da votação definitiva do processo de impeachment dos respiradores, a governadora interina, Daniela Reinehr, trocou o comando do turismo em Santa Catarina. Assim como na primeira interinidade, ela comete o erro de promover uma mudança em setor importante para o Estado pouco antes da decisão sobre seu futuro na cadeira. No final de 2020, Daniela substituiu o titular da secretaria de Desenvolvimento Econômico na semana da votação do impeachment dos procuradores. Cinco dias depois, Henry Quaresma, nomeado por ela, foi exonerado por Carlos Moisés da Silva, que voltou ao cargo em decisão do Tribunal do Julgamento.

Continua depois da publicidade

Daniela envia LDO de 2022 para a Alesc sem mexer com Poderes e deputados

Como antecipou a colega Dagmara Spautz, Mané Ferrari foi exonerado da Santur nesta segunda-feira (26). Eduardo Loch o substitui. A mudança não tem outra explicação: foi uma decisão política da governadora interina. Reside justamente nisso o erro de Daniela. Por questão de gestão, mexer no turismo sem saber se o trabalho de Loch terá continuidade aumenta ainda mais a instabilidade e a bagunça político-administrativa em SC.

OAB e MP-SC disputam vaga de desembargador no Tribunal de Justiça

Caso houvesse alguma motivação técnica, a saída do presidente da Santur se justificaria por questões óbvias. Mas não é o caso. Ferrari, inclusive, é referendado por entidades do setor, que pediram sua permanência assim que Daniela assumiu o cargo interinamente no final de março.

Continua depois da publicidade

O que se confirma é que a governadora não está preocupada efetivamente com os resultados de suas mudanças na gestão. O importante é agradar aliados políticos para tentar a permanência no cargo, mais um erro de quem deveria zelar pela administração pública e a continuidade de ações, afinal Daniela é vice-governadora e parte da gestão deixada por Carlos Moisés da Silva.

Leia mais:

Mudança do diretor-geral da PF causa impacto em SC