Foi naquele tumultuado janeiro de 2021 que o então prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, decidiu retirar a exclusividade da Comcap do serviço do recolhimento de lixo na Capital catarinense. A proposta gerou reação e greve dos servidores municipais que trabalhavam na coleta. Consequentemente, deu-se início á terceirização dos trabalhos com a Amazon Fort, que depois foi substituída, no segundo semestre de 2022. Na época da decisão tomada pela prefeitura, o debate era sobre o acerto ou não da opção pela terceirização. Agora, passados dois anos, uma série de fatores comprovam que o modelo adotado foi um erro.
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O fato mais recente que comprova isto é a operação Presságio, deflagrada na última semana pela Polícia Civil de Santa Catarina. Apesar de ainda ser o começo das investigações, com muita coisa a ser apurada e confrontada, os indícios são de que o processo de terceirização da coleta de lixo em Florianópolis nasceu com irregularidades. Isto, por si só, já seria motivo para concluir-se que o formato adotado não foi o melhor para a cidade. Mas há mais.
Nesta temporada de verão, choveram relatos do Norte da Ilha, onde a terceirização opera desde 2021, da sujeira espalhada pelas ruas. Ao ponto de a prefeitura colocar a Comcap para reforçar o trabalho de limpeza diante da falta de capacidade da terceirizada de resolver o problema. O próprio município, aliás, admitiu que trocou a Amazon Fort, investigada na Presságio, em 2022, porque o serviço não estava adequado.
Por fim, falta mais clareza por parte da prefeitura em torno da proposta inicial e do que realmente se tornou o serviço. Lá atrás, a promessa era de que os custos com uma terceirizada seriam menores do que com a Comcap. Porém, até agora nada se viu sobre isto.
O que se vê, entretanto, é uma série de episódios que trazem prejuízos e não ganhos. A Presságio apresenta-se como o pior deles. Mas, na prática, o cidadão perde diariamente quando o serviço não funciona da melhor forma.
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