A enxurrada de anúncios de prefeituras, desde o ataque criminoso que matou quatro crianças numa creche em Blumenau, chama a atenção pela capacidade dos gestores em apostar todas as fichas nas questões de infraestrutura para resolver um problema complexo. Espalhados pelo Estado, os municípios vão colocar detectores de metal, contratar agentes armados, instalar grades. Tudo para evitar que criminosos invadam escolas. Porém, isso será mesmo uma atitude eficaz para se combater este tipo de violência?

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Indiscutivelmente, apostar em segurança das unidades tende a ser algo útil. O problema é colocar todas as fichas nisso. A escola se tornará um bunker, totalmente fechada contra ataques. Isso, na prática, impediria a entrada de pessoas com intenções criminosos. No entanto, o problema continua existindo. Pessoas doentes, com histórico de violência estão espalhadas pela sociedade.

Na sanha punitivista, pede-se a prisão após atos violentos iniciais sem qualquer atenção com a saúde mental e psicológica dos autores. Não trata-se de defendê-los, mas sim de evitar que eles se tornem criminosos violentos, como foi no caso do autor do ataque em Blumenau.

Assim, o que se espera é a atenção com a saúde pública e um combate diferenciado na segurança pública, que não se faz só com prisões. A segurança se faz também com saúde pública acompanhada. Pessoas que cometem delitos menores em sequência precisam ser retiradas de circulação com acompanhamento.

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Só assim deixaremos de ver ataques violentos em que nos questionamos as motivações. Nestes casos, os motivos são complexos e requerem caminhos também complexos.

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