A quinta-feira, 11 de agosto de 2022, exemplifica na prática um termo usado por estudiosos do clima. Depois de um início de semana marcado pelo ciclone que atingiu Santa Catarina, as cidades catarinenses amanhecem com o tempo bom. Um céu sem nuvens com o sol raiando desde cedo é o cenário na maioria dos municípios do Estado. E isto resume o que ocorre normalmente na sociedade brasileira, algo chamado pelos especialistas de “síndrome de céu azul”.

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Como o tempo fica em SC com afastamento do ciclone

Na prática, isto significa que, após passar por dias de intenso fenômeno climático com estragos, as pessoas voltam a viver normalmente como se nada tivesse acontecido. O céu azul que agora toma conta faz com que o ciclone do dia anterior também fique para trás na memória, o que impede os catarinenses de implementar uma cultura de alerta e monitoramento do clima.

Basicamente, é como dizer: “o tempo ficou bom, então vamos em frente, o pior já passou”. Mas aí esquecemos que novos fenômenos virão e que temos de nos preparar como sociedade para enfrentar os estragos invenitáveis.

Para evoluir, precisamos nos livrar da “síndrome do céu azul”. Santa Catarina tem a melhor estrutura de monitoramento e alerta climático do país. A informação está disponível em diferentes plataformas, mas ainda precisa chegar a mais gente para impactar rotinas. Ao mesmo tempo, a população tem uma missão, que é a de se educar e se permitir ser educada sobre como receber as informações e agir. Pouco adianta ter uma enxurrada de alertas se as pessoas não souberem como reagir.

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Para nos afastarmos da temida síndrome, é necessário mudar o comportamento, uma das etapas mais complicadas quando tratamos de sociedade. As ferramentas estruturais estão pronta, agora falta a disposição de todos os lados envolvidas em implamentar a cultura da prevenção e do monitoramento que predomine em SC, faça chuva ou faça sol.

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