A decisão de Jorginho Mello (PL) de suspender a primeira viagem internacional como governador de Santa Catarina foi construída nos bastidores. Com missão programada entre os dias 21 e 29 de outubro nos Emirados Árabes e Bahrein, o recuo ocorreu por dois pontos importantes: as chuvas no Estado e a guerra entre Israel e Hamas. A suspensão também envolveu um alinhamento com o presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador João Henrique Blasi, que assumiria o comando do Estado durante a viagem. Blasi foi comunicado e acompanhou o movimento.

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Jorginho suspende viagem aos Emirados Árabes e Bahrein

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Jorginho já estava decidido de que a missão internacional deveria ser adiada por conta das chuvas. Ele e pessoas do entorno entendiam que seria um erro deixar SC neste momento. Mesmo que a viagem fosse ocorrer somente no dia 21, o governador entendeu que os próximos dias precisam ter a presença dele no Estado para o trabalho de retomada e reconstrução. A Fiesc, também envolvida na viagem, já havia sinalizado para o mesmo sentido diante dos estragos em indústrias por contas chuvas.

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Aliado a isso, o governo catarinense foi alertado pela embaixada brasileira nos Emirados Árabes sobre o atual momento de guerra entre Israel e Hamas. A recomendação da diplomacia foi de que a viagem não ocorresse neste momento diante do clima tenso que predomina naquela região. A orientação dada ao governo do Estado é que se aguarde 30 dias para a retomada da agenda.

Com isso, a decisão de Jorginho foi de ficar em SC. A ideia dele é fazer a viagem ainda em 2023. E foi isto que ele disse ao presidente do TJ-SC, que já tinha planos desenhados dentro do próprio Judiciário. Blasi assumiria o governo do Estado entre 21 e 29 de outubro, num gesto do governador. O atual presidente do TJ-SC tem renúncia ao comando do Tribunal marcada para 1º de novembro, dentro de um acordo interno para que o vice-presidente, Altamiro Oliveira, assuma por quatro meses.

A ideia de Jorginho, então, é dar a Blasi a oportunidade de comandar SC antes de deixar a presidência e se aposentar. A aposentadoria deve ocorrer em maio de 2024.

Jorginho quer manter o gesto

Nas conversas dos últimos dias com Blasi, Jorginho disse que, da parte dele, está mantida a intenção de permitir que o desembargador assuma o governo. No entanto, isto deve ocorrer somente daqui a 30 dias, pelo menos.

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Agora, o bastidor deve se movimentar no Judiciário. Altamiro Oliveira já tem festa e programação definida para 1º de novembro, data da posse dele como presidente, conforme os planos iniciais. A dúvida passa a ser se Blasi vai propor uma mudança no acordo prévio para esperar Jorginho fazer a primeira missão internacional antes de deixar a presidência do TJ.

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