Uma operação iniciada pela prefeitura de Chapecó fez a internação de dependentes químicos de forma involuntária. Na prática, as pessoas são conduzidas sem consentimento, a pedido de terceiro, que pode ser um familiar ou uma autoridade, conforme prevê lei federal de 2019. A primeira ação ocorreu na manhã desta quinta-feira (24). O trabalho é chamado pela prefeitura de “Operação Internamento Involuntário”.
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O prefeito João Rodrigues disse, em material divulgado pela prefeitura: “Nós vamos tirar da rua os dependentes químicos e encaminhá-los para tratamento, seja voluntário, seja involuntário. Nós não queremos que ninguém fique na rua. Temos muitas famílias que estão sofrendo e nós vamos fazer de tudo para ajudar essas famílias. A droga mata”.
Servidores da prefeitura, da PM e do Corpo de Bombeiros atuaram. Abordagens ocorreram no Terminal de Transporte Coletivo Urbano, no bairro São Cristóvão, na Praça da Família e no bairro São Pedro. Segundo o município, sete pessoas foram encaminhadas para tratamento, a maioria voluntariamente. Primeiro elas passam pelo Centro de Atendimento Psicossocial e de Drogas, pela UPA e depois serão encaminhadas para Ibicaré, onde existe uma clínica, ou hospitais da região, como Mondaí, Palmitos e Quilombo, onde há tratamento especializado.
A prefeitura divulgou que um dos internamentos involuntários foi de um homem de 30 anos, que às vezes fica na rua e às vezes dorme em casa. A internação ocorreu pelo pedido dos pais. Em torno de 30 pessoas já teriam sido mapeadas para receberem o atendimento.
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Ação divide especialistas
Em 2019, quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a nova lei com mudanças na internação involuntária, o portal G1 fez uma reportagem com especialistas médicos. Os profissionais ouvidos se mostraram divididos em relação à prática. No geral, eles entendem que a situação deve ser analisada a caso a caso, mas também há os que criticam a medida por não haver o envolvimento direto da própria pessoa na decisão.
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