O procurador de Justiça Criminal do Ministério Público de Santa Catarina, Gilberto Callado de Oliveira, foi indicado pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para integrar a comissão que vai examinar as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele será o representante da sociedade civil no grupo, segundo portaria divulgada na semana passada.

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A comissão foi criada após o governo de Jair Bolsonaro entender que deve haver uma análise ideológica do banco da questões. O objetivo do grupo será excluir itens que abordem uma suposta ideologia de gênero, termo nunca usado por educadores. Por outro lado, o Inep alega que a comissão pretender buscar a neutralidade nas provas.

Callado é formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e tem doutorado em Filosofia do Direito pela Universidade de Navarra, na Espanha. Atualmente é professor da Universidade do Vale do Itajaí, professor contratado da Universidade Cândido Mendes e professor da Escola de Aperfeiçoamento do Ministério Público. Por duas gestões, o procurador foi corregedor-geral do MP-SC, além de ser membro da Academia Catarinense de Letras, sócio emérito e orador do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro da Academia Catarinense de Filosofia.

Em seu perfil no Twitter, criado em novembro de 2018, Callado se manifesta sobre questões jurídicas. Ele é crítico da linha "garantista" existente dentro do Judiciário. Sobre isso, o procurador lançou recente uma nova versão do seu livro "Garantismo e barbárie". Para ele, em postagem feita em novembro de 2018, "O poder da Polícia Federal precisa ser prudentemente reformulado. Urge equilibrar este poder entre os órgãos de segurança, como, por exemplo, entregar às polícias civis a expedição de porte e registro de armas".

Entre suas postagens há um retweet de um post de Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, em que ele destaca um vídeo do filósofo Olavo de Carvalho com críticas à imprensa.

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