O rompimento de um reservatório com 18 meses de funcionamento em Florianópolis, nesta quarta-feira (6), foi o estopim da ameaça que a Casan tornou-se para a Capital catarinense. Responsável pelos serviços de água e esgoto na cidade, a empresa vem protagonizando episódios recentes que expõem a vulnerabilidade da companhia. Uma vulnerabilidade que atinge, diretamente, a população. Em dois anos, foram dois rompimentos, sendo um da lagoa de decantação na Lagoa da Conceição, e este ocorrido no Monte Cristo, na madrugada desta quarta.
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Soma-se a estes fatos a ausência de um por cento sequer de sistema de esgoto sanitário no Sul da Ilha, uma cobrança que levou a prefeitura a dar prazo para que a Casan comece as obras na região sob pena de contratação de outra empresa para fazer os trabalhos. Vale lembrar também do investimento de R$ 18 milhões no sistema de despoluição da Beira-Mar Norte com a promessa de que o local se tornaria balneável. Há um ano e sete meses, entretanto, não há registros positivos na qualidade da água naquela região. Isto sem falar nos atrasos de outros cronogramas prometidos para a cidade.
As ameaças geradas pela Casan para Florianópolis dão razão a quem reclama constantemente dos serviços e da morosidade nas obras historicamente esperadas. A discussão neste momento, ao meu ver, não se trata de privatizar ou terceirizar serviços, como muitos vão querer fazer nos próximos dias, mas sim sobre o que a companhia se tornou ao longo dos anos. É visível o quanto há erros de gestão ao longo das administrações. Erros estes que, mais uma vez, vão deixando a população de Florianópolis vulnerável.
Está diante do governo do Estado, o principal responsável pela empresa, a responsabilidade de reagir e dar respostas não só a Florianópolis, mas à Santa Catarina. Como pode uma companhia com tamanha estrutura deixar uma Capital vulnerável de tal forma? Como são possíveis tantos erros ao longo da história? Gestões e mais gestões políticas passam pelo governo e, consequentemente, passam pela Casan, sem que o cenário seja alterado.
A cobrança que virá nos próximos dias em Florianópolis é totalmente justificável. A Casan deixou de ser confiável para a cidade. As pessoas passam a ter medo das estruturas, começam a desconfiar do que vem pela frente. E isto não se reconstrói de um dia para o outro. Afinal, a ameaça mostrou-se constante nos últimos anos.
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