A pressão sobre a Casan em Santa Catarina chegou a um nível que ainda não havia sido visto. O episódio do rompimento do reservatório de água da empresa no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, deixou a companhia no alvo da prefeitura da Capital catarinense e reacendeu preocupações em outras cidades. Além disso, o cenário financeiro interno é tratado com preocupação. Na última semana, o governo do Estado fez um aporte de recursos para ajudar a Casan. Mesmo diante da possibilidade de rompimento de contratos em pontos importantes de SC, o governador Jorginho Mello (PL) prefere adotar um tom otimista: “Ninguém vai romper”.

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Reservatório da Casan que se rompeu teve ferro 50% menos espesso na construção

A posição pública de Jorginho, dita em entrevista a este colunista, na segunda-feira (18), entretanto, vem acompanhada de um fato importante de bastidor. Na semana que passou, além de aportar dinheiro para ajudar a companhia, o governador fez uma cobrança forte aos diretores. Ele pediu uma melhoria no posicionamento e na imagem da empresa. Reforçou que prometeu não privatizar a Casan, mas que espera melhor desempenho.

– A Casan vive um bom momento de poder reestruturar toda a empresa, o governo está ajudando, fizemos um aporte de recursos há poucos dias, mas isso não pode ser eterno. A empresa por si só tem que ficar saudável – afirmou Jorginho na entrevista à coluna sobre o assunto.

Cenário nas cidades

Em Florianópolis, existe um clima nos bastidores para uma subconcessão do sistema de esgoto do Sul da Ilha. O prefeito da Capital, Topazio Neto (PSD), disse em entrevista ao programa Redação CBN, na CBN Floripa, nesta segunda-feira (18), que vai esperar os resultados de um grupo criado internamente para analisar o desempenho da Casan, além dos prazos já dados para a companhia apresentar planos de investimento e o cronograma físico-financeiro para o Sul da Ilha.

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Jorginho admite que há episódios da empresa que não ajudam a população: “mas estamos resolvendo isso, com o prefeito Topazio, com todos os prefeitos. Estamos resolvendo de forma clara objetiva, sincera, o que podemos fazer juntos. E não é negócio, muitas vezes, uma prefeito sair (romper o contrato) por causa de um episódio. A gente corrige o que está errado para continuar a parceria”.

Em São José, o prefeito Orvino Coelho D’Ávila (PSD) também pressiona a empresa nas últimas semanas. Ele tem dado declarações públicas sobre os serviços prestados e a qualidade das obras nas ruas da cidade. Assim, sinaliza que pode fazer movimento de retirada da companhia da cidade.

O mesmo ocorre em Criciúma, onde o prefeito Clésio Salvaro (PSD) também não esconde, volta e meia, a insatisfação com a Casan. No Oeste do Estado, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), diminuiu o tom de cobrança depois que começaram obras necessárias na região para evitar a falta de água em períodos de estiagem.

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