Pela primeira vez em dois anos e meio de gestão, o governador Carlos Moisés da Silva pode dizer que tem uma base estruturada dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Nem mesmo no começo do governo, quando conseguiu emplacar vitórias no Parlamento havia uma demonstração de apoio incondicional entre a maioria dos deputados. O cenário agora é outro. Moisés percebe a cada dia que tem uma bancada capaz de salvá-lo até mesmo de moções que possam incomodar o Executivo.
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A base governista é comandada pelo deputado Zé Milton Scheffer (Progressistas). Um líder ativo desde as comissões até o plenário. Em seguida vem um nome que ganha cada vez mais espaço dentro do governo, seja por indicações ou presença em agendas: Valdir Cobalchini (MDB). Líder emedebista na Assembleia, ele carrega junto outros oito votos para Moisés. E isso representa bastante dentro do universo de 40 deputados estaduais.
Na última semana, a base governista conseguiu derrubar um requerimento de CPI do Porto de São Francisco do Sul e também manter um veto de Moisés. Neste caso do veto, uma fonte do Centro Administrativo diz: “Difícil é manter veto na Assembleia. Derrubar é fácil”. Isso resume que a vitória é representativa para o novo momento do governador no Parlamento.
Um novo momento que não olha para o nome do partido. Somente nas últimas semanas, Moisés sentou para ouvir demandas de Ana Campagnolo (PSL), plantou árvore com Padre Pedro (PT) e recebeu Maurício Eskudlark (PL), que foi seu líder de governo, mas faz parte do partido de Jorginho Mello (PL).
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A seu favor, o governador tem algo que atrai bastante os parlamentares, principalmente em ano pré-eleitoral: recursos para obras. O cofre está cheio, e se aliar ao governo nesse momento é sinal de ser agraciado com aparições em assinaturas e entregas de obras. Por outro lado, Moisés está disposto a ouvir todos. Uma postura bem diferente daquele usada em 2019 e parte de 2020, mas que virou questão de sobrevivência política e governabilidade.
Sem CPIs
A base governista conseguiu barrar a criação de uma CPI do Porto de São Francisco na Alesc. Por 21 a 7, o requerimento de Jessé Lopes (PSL) foi derrubado no plenário. Mas a oposição ainda tenta emplcar outra CPI, a do Samu. Com um grupo forte na Assembleia, hoje o governo não permitirá que a Comissão saia do papel. Faltam quatro assinaturas para que o pedido possa ser oficializado. O líder de governo Zé Milton (PP), na foto acima, é o responsável por coordenar a base nos enfrentamentos em plenário.
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