O governador Carlos Moisés da Silva não deve responder a um processo ou ser responsabilizado por estar em uma festa junina, como foi flagrado a noite de sábado, em Gaspar, no Vale do Itajaí. Mas joga contra a própria administração, e coloca o combustível que a oposição quer para incendiar o governo em uma semana intensa. O mais emblemático das imagens feitas do governador sem máscara em meio a uma aglomeração é o que elas representam.
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Enquanto os catarinenses abrem mão de suas rotinas, Moisés esteve em um evento com pessoas reunidas e um show. O recado para as pessoas é negativo, pode gerar desmobilização e passa a sensação de “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
A presença dele no evento, apesar das explicações dadas pela sua assessoria, tornam-se menores diante do que simboliza o ato. Moisés errou, e precisa se desculpar. As regras de isolamento e flexibilização durante o período do coronavírus em Santa Catarina recomendam que se evite aglomerações, inclusive eventos públicos como aquele onde o governador participou. Este regramento, aliás, é assinado e referendado por Moisés.
As mudanças feitas pelo governo depois do escândalo dos respiradores deram a demonstração de uma troca de postura para uma tentativa de virar o jogo. O governador também alterou o comportamento na relação com deputados e prefeituras. Mas tudo isso fica menor quando uma crise criada pelo próprio chefe do Executivo.
Foram necessárias poucas horas para que o assunto ganhasse as redes sociais e se tornasse o combustível dos opositores. Como bombeiro, a missão de Moisés deveria atuar pela prevenção, mas agiu de forma contrária e instalou o novo problema para o próprio governo.
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