A derrota de Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de reeleição começou em 1º de janeiro de 2019. Desde lá, quando assumiu o cargo de presidente da República, ele decidiu governar para a própria bolha. Não saiu disto, o que fez com que a derrota chegasse neste domingo, 30 de outubro de 2022. Ao mesmo tempo, Bolsonaro conseguiu trazer de volta ao jogo político um adversário de peso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em parte do mandato atual esteve preso.

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O atual presidente da República tinha um cenário favorável quando se elegeu em 2018. Ele venceu Fernando Haddas (PT) num clima de mudança e antipetismo. Cabia a ele manter a própria bolha unida e capitalizar apoio. Mas o governo foi somente focado naquilo que o elegeu, sem avançar.

Para piorar, Bolsonaro fez uma gestão ruim da pandemia, sem qualquer sensibilidade durante o pior momento do país. Assim, a conta começou a ficar mais pesada. Na altura do campeonato em que o Brasil precisava de um líder de todos, ele foi um líder dos seus. O discurso manteve-se o mesmo, não houve recuos. O desgaste, então, só aumentou.

Durante o período eleitoral de 2022, Bolsonaro tentou tirar o atraso. Agiu como podia e como não podia para reverter o cenário. Mas era tarde demais. O atual presidente da República não governou para todos em quatro anos, então não seria em 90 dias que ele conseguiria mudar o quadro.

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Lula vence com uma força própria, principalmente por dois mandatos no Brasil, mas também ajudado e impulsionado por um adversário que passou pelos próprios erros.

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