As duas principais promessas do então candidato ao governo de Santa Catarina Jorginho Mello (PL) passam por sérias dificuldades. Tanto o programa criado para zerar as cirurgias eletivas como o Universidade Gratuita, que se propõe a dar bolsas de estudo nas vagas das universidades comunitárias, se tornaram mais distantes de serem cumpridas.

Continua depois da publicidade

SC precisa fazer mais de 1 mil cirurgias eletivas por dia para zerar filas dentro do prazo

No caso das cirurgias, como escreveu a colega repórter do NSC Total Luana Amorim, o Estado tem 60 dias pela frente para cumprir a promessa. No entanto, seria necessário fazer mais de 1 mil procedimentos por dia para dar conta da demanda. Atualmente, a média é de 330. Assim, a tendência é que a proposta não sairá do papel.

Já em relação ao Universidade Gratuita, os bastidores vão apontando para um recuo do governo. O clima em torno das bolsas ficou desfavorável: o TCE emitiu um parece com fortes críticas; na Alesc o clima é de mudança; a Acafe, principal beneficiada, está descontente. Assim, tudo indica que Jorginho terá de repensar o projeto e rediscutir o formato das bolsas.

Nos bastidores, o que se houve é que falta a presença do governador para trabalhar as suas principais propostas. Principalmente no caso do Universidade Gratuita, o que os aliados de Jorginho querem é que ele mesmo faça uma intervenção para encaminhar o projeto e resolver o que hoje causa insatisfação. A falta de atitude do governador tem incomodado pessoas que acompanham a tramitação do projeto.

Continua depois da publicidade

Cirurgias: impossibilidade já no começo

A proposta das cirurgias eletivas já era alvo de ressalvas antes mesmo do anúncio oficial, feito em fevereiro deste ano. Pessoas ligadas à área da saúde já diziam que a meta era praticamente impossível de ser alcançada. Com uma média de 10 mil procedimentos por mês, os trabalhos teriam de ser multiplicados, o que não ocorreu.

Agora cabe a Jorginho deixar de lado a política e o que disse em campanha para se adequar à realidade. Caso as propostas não sejam mais viáveis, ele precisa se dedicar ao que grita atualmente no Estado, que é justamente a saúde, mas nas emergência e unidades pediátricas.

Recuar naquilo que foi dito em campanha eleitoral pode ter peso político, mas é mais adequado para a realidade atual.

Leia também

Governo de SC firma contratos de incentivo fiscal que preveem investimentos de R$ 5,9 bilhões

Continua depois da publicidade

Recadastramento identifica SC como o estado que mais se armou no governo Bolsonaro