O futuro do governo de Santa Catarina movimenta os bastidores do Poder nesta quinta-feira (22). A menos de 24 horas do começo da votação do processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva e a vice Daniela Reinehr, o clima é de tensão e expectativa pelo que vão decidir os cinco deputados estaduais e cinco desembargadores no Tribunal de Julgamento desta sexta-feira (23). A sessão começa às 9h.

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Entre as fontes ouvidas pela coluna, apenas um dúvida paira: o que passa pela cabeça dos cinco desembargadores. Os votos dos deputados não serão surpresa, já que ambos atuam em oposição a Moisés. Mas, dos magistrados, espera-se um voto técnico. Há quem diga, porém, que o fator político do processo de impeachment pode pesar no posicionamento dos desembargadores.

Alesc e TJ vetam público na votação do afastamento de Moisés e Daniela

Nos bastidores há teses para todos os lados. Existe quem aposte em um resultado totalmente negativo para Moisés, como um 10 a 0, mas há os que enxergam a possibilidade do seis a cinco para reverter o cenário do afastamento. A vice-governadora, que tentou uma aproximação ao presidente da Alesc, Julio Garcia, nesta quarta-feira (21), também entra nas estimativas.

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O grande questionamento está na forma com que os magistrados vão se posicionar. No meio jurídico, há o entendimento de que eles não vão ignorar o contexto político. Mas Moisés tem a esperança de ser salvo em julgamento “técnico”.

Preparativos

O Tribunal de Justiça (TJ-SC), através do presidente do órgão, o desembargador, Ricardo Roesler, é quem dá as cartas sobre a organização da Alesc para o julgamento desta sexta-feira. Dos setores do Legislativo, somente vão funcionar aqueles essenciais para a operação da sessão. Não será permitida a entrada de público. Roesler autorizou nesta quarta-feira (21) que os demais deputados e desembargadores assistam à sessão na Assembleia, mas fora do plenário.

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Pelo roteiro definido, o começo terá a leitura do parecer do relator, o deputado Kennedy Nunes (PSD), que deve durar por 40 minutos. Depois as defesas de Moisés, Daniela e do denunciante, Ralf Zimmer Junior, se manifestam por 15 minutos cada um. Concluída essa etapa, Kennedy faz a leitura do seu voto, que deve levar entre duas horas e meia e três horas, segundo apuração da coluna.

Por fim, os demais começam a votar por ordem de antiguidade. O primeiro será Carlos Alberto Civinski. Depois vêm: Maurício Eskudlark (PL), Sérgio Rizello, Sargento Lima (PSL), Cláudia Lambert de Faria, Luiz Fernando Vampiro (MDB), Rubens Schulz, Laércio Schuster (PSB) e Luiz Felipe Schuch. Há uma previsão de parada destinada ao almoço. A Alesc vai preparar refeições pra 20 pessoas, envolvidas na votação. O horário não está definido. Também não há previsão para o término da votação.

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O presidente da Alesc, o deputado Julio Garcia, não estará no local durante a sessão. Ele é o primeiro na linha sucessória do governo do Estado em caso de afastamento de Moisés e Daniela.