O assalto em Criciúma, nesta terça-feira (1º), trouxe à tona o roubo ocorrido no aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, em março de 2019. Na ocorrência, que até hoje era a mais vultuosa registrada em Santa Catarina, uma pessoa morreu em bala perdida e os criminosos levaram R$ 9,8 milhões. Um ano e nove meses depois, o caso caminha na Justiça da cidade do Vale do Itajaí e teve como fato novo uma delação premiada de um dos investigados.
Continua depois da publicidade
Assalto a banco em Criciúma: saiba o que é verdade e mentira sobre o crime
O acordo foi fechado pelo Ministério Público de Blumenau, que acompanha a investigação feita pela Diretoria de Investigações Criminais (Deic). Oito réus respondem pelo crime. No dia 15 de dezembro deste ano, ocorrerá a primeira audiência de instrução e julgamento sobre o processo. Depois as partes terão prazo para se manifestar e ação estará pronta para sentença.
O roubo em Blumenau ocorreu no dia 14 de março. Na ocasião, criminosos em carros de luxo entraram no aeródromo por um hangar, invadiram a pista e anunciaram o roubo contra um avião usado para o transporte de valores. Os bandidos estavam armados com AK-47 — fuzil de assalto russo que não é utilizado por nenhuma instituição brasileira — e metralhadoras acopladas nos veículos capazes de derrubar helicópteros (.50).
Assalto a banco em Criciúma é considerado o maior da história de SC
Continua depois da publicidade
As investigações ficaram a cargo da Delegacia de Roubos e Antissequestro de Santa Catarina, comandada por Anselmo Cruz, e o silêncio sobre novidades do caso imperou durante mais 10 meses. Em 13 janeiro deste ano, a Polícia Civil informou que cinco pessoas envolvidas diretamente no planejamento e na execução do assalto ao aeroporto de Blumenau haviam sido presas. Os investigadores também deram detalhes sobre como foi o crime — como o fato de a ação ter sido planejada por ao menos seis meses e a fuga do dinheiro ter sido feita por meio de um caminhão de lixo.
Semelhanças entre Blumenau e Criciúma
A organização dos bandidos para a chegada e fuga se assemelha nos dois casos. Além disso, o armamento pesado dos criminosos chama a atenção. Em Criciúma os bandidos usaram fuzis 762 e 556, assim como uma metralhadora .50, a mesma que foi vista em Blumenau no assalto ao aeroporto.
O tempo de organização de assaltos dessa magnitude também tende a ser outra semelhança. No caso de Blumenau foram pelo menos sete meses entre o planejamento e ação dos bandidos. O delegado Anselmo Cruz avalia que no assalto de Criciúma o crime também tenha sido organizado por um bom tempo.