O mais recente episódio de erros de digitação nas provas do concurso de soldados da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC) soma-se a outros fatos ocorridos nos últimos anos que prolongam os processos seletivos da corporação. Neste momento, há duas seleções em andamento. Ambos ganham contornos de novela com direito a reviravoltas. Além do concurso para 1 mil soldados, a PM-SC também seleciona 70 oficiais em um trâmite que começou há dois anos.

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Neste caso, o caminho é mais longo. O edital foi publicado em julho de 2017. A primeira prova, entretanto, precisou anulada depois que o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) detectou o vazamento do tema da redação. Por isso a prova foi refeita no ano passado com a contratação de uma nova banca.

Mas os problemas não pararam. Depois que os concurseiros fizeram a segunda prova escrita, o MP-SC apresentou novas contestações por conta de questionamentos de candidatos que apontaram sequências lógicas que apareceram no gabarito. Além disso, o fato de um dos inscritos ser filho de uma integrante da comissão do concurso também foi apurada. A seleção ficou parada por quatro meses até a promotoria autorizar a continuidade sem mudanças. Atualmente o concurso está na fase de avaliações de saúde e física.

No caso dos soldados, as vagas foram anunciadas ainda em 2018, mas a PM-SC teve dificuldades para contratar a banca responsável pelas provas. Foram três licitações até a escolha do Instituto Professor Carlos Bittencourt (Incab). Nas outras duas o processo foi considerado “frustrado”. A contratação da banca, entretanto, não foi sinal de calmaria. Os erros de digitação encontrados pelos concurseiros causaram preocupação dentro da corporação, que vai cobrar explicações do Incab.

A demora para o desenrolar dos concursos afeta diretamente a reposição de efetivo da PM-SC. O quadro de policiais militares, segundo números do Portal da Transparência do governo do Estado, está abaixo de 10 mil servidores. Os números de julho deste ano apontam para 9.957 PMs. O governador Carlos Moisés da Silva prometeu chamar 500 soldados e 35 oficiais assim que os processos seletivos estiverem concluído. Por isso a pressa da corporação em ter concursados aptos para contratação.

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