Apenas neste começo de ano, a ação de policiais militares em três ocorrências na região central de Florianópolis ganharam repercussão pelo uso da força. A mais recente delas foi na madrugada de domingo, após um sábado de 150 mil pessoas nas ruas da Capital por conta do Carnaval. Em entrevista à coluna, o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC), coronel Araújo Gomes, fala que a corporação vai avaliar as intervenções a fim de evitar novos confrontos. Veja abaixo, em tópicos, as respostas sobre o trabalho em situações como as registradas desde janeiro:
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Recomendação para os policiais em situações de aglomeração de pessoas
“A orientação é a prática de escalonamento, começando com verbalização. Só deve ocorrer a escalada quando houver ameaça física à tropa. Embora haja diferença entre os equipamentos da polícia e a multidão, também há diferença entre o número da população no local e os policiais. Caso se perca o controle da multidão, as consequências podem ser danosas. Então, se forem observados os três fatos, os policiais passaram a escalar o uso da força. Nos três houve registro de arremessos de objetos nos policiais”.
Uso de spray de pimenta contra pessoas que se aproximam
“A lógica da segurança para diminuir o uso da força é manter a população afastada. O uso de agentes químicos é justamente nesse sentido. Quando alguém se aproxima, é usado esse meio que não ocasiona lesões”.
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Como evitar que pessoas sem ligação com os fatos sejam atingidas
“A grande dificuldade nessas operações é individualizar a conduta e ao mesmo tempo a necessidade de se evitar que seja gerado um efeito de contágio da multidão. Há vários princípios em estudos que comprovam a existência de um efeito de imitação na multidão provocado pela frenesi. Em casos onde há comportamento violento do grupo se perde a capacidade de interlocução e a situação sai do controle. Quanto mais precocemente a gente intervir, maior a probabilidade de retomar o controle sem que vire um evento maior”.
Existência de excessos nos três casos registrados em Florianópolis neste começo de ano
“Ainda estamos fazendo uma análise minuciosa dos fatos. Considerando-se as peculiaridades de ocupação da região do Centro Histórico vamos estudar formas de treinar os policiais para compreender as diferenças culturais e fortalecer canais mais efetivos de verbalização. Então, para não chegar ao ponto de intervenção, vamos estudar formas mais efetivas para atuar sem o uso da força”.