Depois de um 2023 de agendas conjuntas e muita proximidade, o governador Jorginho Mello (PL) e a deputada federal Júlia Zanatta (PL), um dos principais nomes do bolsonarismo em Santa Catarina, começaram 2024 sem muito contato. Nas últimas semanas, os dois se distanciaram e mostraram que a relação anda estremecida. O fato ficou evidente em comentários recentes nas redes sociais por parte da parlamentar, sem referência direta a Jorginho, mas com sinais de descontentamento.

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No Sul de Santa Catarina, onde Júlia tem reduto eleitoral, uma mudança já sinaliza para o distanciamento. Segundo o colega jornalista da rádio Som Maior Adelor Lessa, a deputada deixou o comando da presidência municipal do PL em Criciúma. Caberá ao deputado estadual Jessé Lopes a missão daqui para frente, incluindo as discussões para a disputa eleitoral de outubro na maior cidade do Sul do Estado.

Nas redes sociais, Júlia fez comentários recentes em postagens que evidenciam descontentamentos. No primeiro delas, a deputada demonstrou apoio ao deputado Carlos Humberto (PL), que enfrenta resistências para ser o candidato a prefeito de Balneário Camboriú, onde ele foi vice-prefeito por duas vezes. Escreveu a parlamentar: “Meu amigo, você é nosso candidato. O que está acontecendo e o que a direção estadual tem deixado fazer contigo é um absurdo. Vamos pro pau!!!”. Aqui vale lembrar Jorginho é o presidente estadual do PL, em outra evidência da crítica direta de Júlia.

Já na noite desta quinta-feira (15), a deputada fez um comentário que vem sendo entendido como outra indireta a Jorginho. Ao responder em uma postagem do Jornal Razão, de Tijucas, que informava sobre a ida do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao evento de apoio a Bolsonaro, no dia 25 de fevereiro, em São Paulo, ela comentou: “Muito bem. Que sirva de exemplo para muitos”. A posição dela ocorre no mesmo dia em que Jorginho confirmou que não estará no ato porque vai aos Emirados Árabes, numa missão internacional.

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Como os dois mantiveram boa relação desde a eleição de 2022, não se descarta uma reaproximação. Entretanto, caso o rompimento se confirme, os impactos políticos podem se sentidos já nas eleições municipais de 2024.

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