A ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS em Florianópolis está próxima do limite. Os números desta sexta-feira (6) do Covidômetro Floripa apontam para quase 97% (96,92%) de uso das unidades disponíveis na Capital Catarinense. Um sinal evidente do avanço do coronavírus na região que voltou a entrar no nível gravíssimo no mapa do governo do Estado. A evolução da ocupação dos leitos chega a um índice ainda mais preocupante no dia em que a Polícia Rodoviária Feral (PRF) promove um evento na cidade com aglomeração e desrespeito às regras sanitárias.

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Região da Grande Florianópolis volta ao risco gravíssimo para o coronavírus

A solenidade, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, vai contra o que determinam as regras para as regiões enquadradas no nível gravíssimo. Além disso, é um ato de desrespeito ao atual cenário da doença na Capital catarinense. Enquanto os leitos adultos do SUS se aproximam da lotação máxima, um evento no Norte da Ilha reúne milhares de pessoas, com parte delas sem máscara.].

Formatura da PRF com Bolsonaro em SC tem aglomeração e desrespeito a regras sanitárias

Pelos dados do Covidômetro, há seis leitos de UTI adultos disponíveis nesta sexta-feira. Ao todo, são 195 espaços totais: destes, 156 estão ocupados e 33 indisponíveis por manutenção ou falta de habilitação. Com isso, chega-se ao número de 97% de ocupação, conforme o próprio site. O índice geral da Capital é de quase 91% (90,80%). Ele inclui o pediátrico (40%) e o neonatal (96,92%).

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Em entrevista à CBN Diário, nesta sexta-feira, o prefeito Gean Loureiro (DEM), afirmou que teve uma conversa com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, durante a manhã. Segundo Gean, a alta da ocupação é de conhecimento da prefeitura. A aposta está na regulação dos leitos com a transferência dos casos menos graves para aliviar a condição de parte das unidades.

Florianópolis terá nos próximos dias um grande desafio do ponto de vista da saúde. Fatos como o evento da PRF e a aglomeração causada por ele vão na contramão do que os especialistas recomendam diante do crescimento da curva da doença. Independentemente da instituição, e da relevância dos formados para o controle das rodovias, a questão sanitária deve estar acima. Ainda mais com o quadro dos hospitais da Capital. Em uma cidade com seis leitos de UTI disponíveis em meio à pandemia a preocupação deve ser geral, sem importar os níveis de autoridade.