Os ventos mudaram na Casa D’Agronômica. De novo. Assim como foi em 2020, o governador Carlos Moisés da Silva volta a viver momentos de turbulência. Com a escolha de um novo partido e as negociações políticas em curso, tudo virou eleição. Por consequência, Moisés entrou no alvo com ainda mais força. Para piorar, ele começa a perder aliados importantes no que se chamava nos bastidores de “governabilidade”. A paz que antes reinava para o governador já ficou para trás. Acabou.

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Episódios recentes como as vaias recebidas em um evento em Bombinhas e as denúncias dos deputados Bruno Souza (NOVO) e Kennedy Nunes (PRB) de que Moisés usou aviões do Corpo de Bombeiros para viagens políticas são demonstrações de um novo momento. Além disso, até o final do mês o governador perderá o chefe da Casa Civil, Eron Giordani, um dos responsáveis nos bastidores por eveitar que os impactos da oposição fossem fortes. Pelo menos outros sete secretários também saem, incluindo nomes do MDB e do Progressistas, partidos que ali na frente podem ser oposição nas Eleições 2022.

Na Assembleia Legislativa (Alesc) os próximos dias serão fundamentais. O caso dos aviões já deve repercutir com intensidade na sessão desta terça-feira (15). Ao mesmo tempo, o governo ainda tem 40 vetos para serem analisados pelos deputados. Com o atual cenário político, aquela tranquilidade para as votações de 2021 também ficou para trás. Até o final do ano passado, projeto do Executivo que tramitava na Alesc era significado de projeto aprovado. Em 2022 o clima tende a ser diferente.

Agora ao lado do Republicanos, Moisés terá que arcar com o ônus de sua escolha, que já começou a aparecer. Mais do que as vaias de Bombinhas, o problema do governador é outro: como governar daqui para frente sem a paz habitual dos últimos meses e com uma artilharia pesada digna de eleição.

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O romantismo político de Moisés terá outro choque de realidade. Será a oportunidade de ele mostrar se aprendeu que não vai agradar a todos ou se continuará iludido com uma política que não existe.

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