Uma ação de policiais militares na madrugada desta sexta-feira no Centro Histórico de Florianópolis causou reações nas últimas horas, principalmente por quem estava no local durante a ocorrência. Segundo os relatos, os PMs usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo na intervenção contra pessoas que ocupavam as proximidades dos bares da região, bastante movimentados nas noites de quinta a sábado.

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A Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC) ainda apura e analisa as imagens que circulam nas redes sociais, imagens das câmeras de monitoramento da SSP e busca imagens locais "para melhor entender a dinâmica dos fatos". Segundo informações apurada pela coluna, a ordem do comando era para que as viaturas se deslocassem até o Centro Histórico em caso de real necessidade por conta de episódios passados de confronto. Além disso, os PMs foram orientadas a agir com mais tranquilidade nas abordagens.

Desta vez, porém, não foi o que ocorreu, segundo as imagens feitas por frequentadores de bares. Procurado, o comando-geral da PM diz que marcou uma reunião para o começo da tarde desta sexta-feira justamente com o objetivo de debater a ocupação do Centro Histórico, bastante defendido pela prefeitura e pela própria corporação. A ideia é reunir moradores, donos de bares e outras entidades. A PM diz receber constantemente ligações de quem reside na região sobre o barulho. Nesta sexta-feira teriam sido entre oito e 10 num intervalo de 40 minutos.

Em nota (veja abaixo), a corporação afirma que "as ocorrências deste tipo, neste local, são recorrentes entre quinta-feira e domingo, por conta da aglomeração de pessoas, consumo de bebidas e barulho, repetidamente alvo de queixas de vizinhos e intervenções da polícia em decorrência das solicitações". Em uma delas, no dia 22 de fevereiro, um policial foi sido atingido por uma garrafada na cabeça, segundo a corporação.

Em 20 de janeiro, uma situação parecida ocorreu no mesmo ponto. Moradores e artistas fizeram relatos de truculência dos policiais na abordagem a quem estava no local durante a noite.

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Veja o vídeo de frequentadores desta sexta-feira:

Veja abaixo a nota da PM:

NOTA À IMPRENSA

OCORRÊNCIA DE PERTURBAÇÃO DO TRABALHO E DO SOSSEGO ALHEIOS – VITOR MEIRELES/HERCÍLIO LUZ – 01/03/2019

Sobre os fatos e imagens que estão sendo veiculados nas redes sociais referente ao atendimento de ocorrência de perturbação do trabalho e do sossego alheio na rua Vitor Meireles, no dia 01/03/2019, a Polícia Militar relata o seguinte:

1.Nesta última noite, antes dos fatos, a CRE (COPOM) recebeu pelo menos 8 (oito) chamados dando conta de perturbação, barulho e algazarra no local supramencionado, após o horário de fechamento dos bares da região. Tudo isso em menos de 40 minutos;

2.As ocorrências deste tipo, neste local, são recorrentes entre quinta-feira e domingo, por conta da aglomeração de pessoas, consumo de bebidas e barulho, repetidamente alvo de queixas de vizinhos e intervenções da polícia em decorrência das solicitações;

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3.Com frequência crescente, as guarnições da corporação são recebidas com hostilidade e em muitos casos, com pedradas e garrafadas por parte dos presentes;

4.No último dia 22 de fevereiro do corrente, por exemplo, um dos policiais militares que compunha uma guarnição foi ferido por uma garrafada na cabeça, arremessada por freqüentadores do local;

5.Sobre a ocorrência em tela, a Polícia Militar está analisando as imagens que circulam nas redes sociais, imagens das câmeras de monitoramento da SSP e busca imagens locais para melhor entender a dinâmica dos fatos;

7.Com o objetivo de mediar o diálogo entre todos os entes envolvidos nestes casos a Polícia Militar estará organizando uma reunião ainda no início da tarde desta sexta-feira, com com todas as partes envolvidas (bares, moradores, associações e poder público) a fim de buscar alternativas para o ordenamento naquela região do centro da Capital, a fim de que intervenções como a ocorrida não sejam mais necessárias.

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8.Por fim, cabe ressaltar que a PMSC é favorável e apoiadora do desenvolvimento do Centro Histórico de Florianópolis, contudo, de forma ordeira e sustentável e que continuará sempre à disposição para colaborar neste processo.