A saída do ex-juiz e agora senador Sergio Moro (União Brasil) do governo Jair Bolsonaro (PL), em abril de 2020, sinalizava para um rompimento definitivo entre ambos. O clima dali para frente ficou pesado. Moro chegou a escrever nas redes sociais, no começo deste ano, que Bolsonaro “não é digno da Presidência”. Já o atual presidente e seus apoiadores também colocaram o ex-juiz na mira desde que ele saiu do governo. Na noite deste domingo (16), porém, veio mais uma demonstração de que não existe bobo na política.

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Os dois apareceram lado a lado após o debate da Band. Bolsonaro deu uma entrevista para avaliar o confronto com o adversário na disputa presidencial, o ex-presidente Lula (PT), enquanto era observado por Moro. Até “ontem” inimigos, os dois se reaproximaram num momento crucial para ambos.

Bolsonaro, que não é bobo, sabe que a imagem do ex-juiz o ajuda no discurso de combate à corrupção, o principal calo de Lula. Já Moro precisou se reconectar ao bolsonarismo para conseguir a eleição ao Senado no Paraná. Mais do que isso: com uma eventual vitória de Bolsonaro, o ex-juiz ganha força dentro do Senado.

Moro também não é bobo, e demonstra que pode até se contradizer para sobreviver politicamente. Os planos do político ganham projeção e deixado de lado os plano do ex-juiz. Daqui para frente, BolsoMoro está de volta como uma das estratégias de ambos para enfrentar Lula e vencer a eleição.

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