As investigações sobre pagamento de propina para liberação de construções em Florianópolis continuam repercutindo. Na noite deste domingo, o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) se posicionou sobre o caso que a coluna trouxe informações com exclusividade no final de semana. O órgão acompanha as operações recentes da Deic que incluíram a prisão de um servidor, na última sexta-feira. Dois promotores atuam no inquérito comandado pela Polícia Civil. Após o pedido dos investigadores para a prisão do servidor Felipe Pereira e de busca e apreensão em diversos endereços, os promotores Luiz Fernando Góes Ulysséa e Felipe Martins de Azevedo se manifestaram pela autorização dos mandados.

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EXCLUSIVO: Os detalhes do esquema que levou um servidor de Florianópolis à prisão

Segundo o MP-SC, uma força tarefa urbanística-ambiental conduzida pelo órgão “vem desde 2019 apurando o envolvimento de agentes públicos em uma série de crimes contra o meio ambiente e a ordem urbanística em Florianópolis”. Os dois promotores dizem que “a situação é muito grave e sistêmica”, de acordo com material divulgado pelo MP.

Eles ainda relatam que os crimes “investigados são aqueles executados às sombras, com sofisticação e que envolvem pessoas que já conhecem os caminhos para ocultar a prática da corrupção, agindo assim, sorrateiramente, o que reforça a necessidade e a urgência da medida (da prisão preventiva)”.  Segundo a apuração dos investigadores, era cobrado cerca de R$ 160 mil de propina para a regularização de uma obra. 

As apurações seguem, conforme o MP, “abrangendo novas diligências e o exame das condutas de outros servidores municipais suspeitos de participação no esquema criminoso de obras irregulares”. Em posicionamentos recentes, a prefeitura de Florianópolis diz que alterou o quadro interno e separou os setores de fiscalização e emissão de alvarás para dificultar eventuais pagamentos de propina.

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