Retira-se de cenas os comentários maldosos e descolados da realidade e concentra-se naquilo que é prático e de impacto direto para Santa Catarina. A operação clandestina e rebelde de policiais militares de Itajaí traz diferentes olhares sobre a simbologia do que ocorreu na madrugada de 31 de outubro. O pior sinal nítido é o de descontrole no comando da PM na cidade.
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Praticamente todas as viaturas de uma das maiores cidades catarinenses foram usadas para uma ação sem autorização do comandante local. Soma-se a isto o fato de que aqueles servidores públicos da segurança pública entenderam que a melhor forma de atuar junto às pessoas em situação de rua era a de expulsá-los da cidade.
Além de um problema de hierarquia que ficou evidente, a PM-SC terá de resolver um problema de concepção. Policiais ou quais quer outros servidores públicos não podem acreditar que a operação clandestina de Itajaí é a atitude correta para se lidar com qualquer tipo de situação.
E isto diz respeito à imagem de uma corporação centenária, com ótimos índices de atuação e referência para outras Polícias Militares brasileiras. O comando-geral e o governo de SC precisam combater todo sinal de ações à revelia. Pode parecer um caso isolado, mas ele ganha força caso falte punição exemplar.
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Operação clandestina da PM espanca moradores de rua e os obriga a caminhar até Balneário Camboriú
Não precisamos ir muito longe nos noticiários para ver o que se tornou o Rio de Janeiro, onde poderes paralelos se formaram. Santa Catarina não tem sinais de que isso ocorra aqui, o que aumenta a necessidade de que o caso de Itajaí seja emblemático na resposta interna. Um Estado com ótimos índices de segurança e economia também deve dar exemplo de humanidade.
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