Depois de um tumultuado 2020, o governador Carlos Moisés da Silva entra no novo ano com fôlego. O ritmo imposto desde que reassumiu o cargo dá sinal de que o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros pretende entrar em 2021 com o pé no acelerador. Antes de tudo, terá que enfrentar o rescaldo do ano que ficou para trás: um processo de impeachment que pode afastá-lo do cargo por até 120 dias. Pelos bastidores atuais, Moisés tem um cenário favorável, principalmente com a articulação intensificada pelo seu novo chefe da Casa Civil, Eron Giordani (ao fundo na foto).
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Nova fase política de Moisés tem reaproximação com críticos e antigos adversários
Giordani, que até novembro era braço-direito do presidente da Assembleia Legislativa (Alesc), Julio Garcia (PSD), é a figura por trás da mudança política de Moisés desde que retornou ao cargo. O novo chefe da Casa Civil chegou com o aval dos deputados e ajudou na reconstrução de relações entre o Executivo e o Legislativo. O fato surpreendeu justamente porque Moisés e Julio eram rivais diretos até poucos dias antes. Mas, na política catarinense de 2020, pouco pode ser explicado com facilidade.
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Desde que reassumiu o Centro Administrativo, o governador deu sinais de que deixou para o passado as desavenças com diferentes figuras, muitos deles parlamentares. Nos últimos dias de 2020 cenas inesperadas se repetiram: deputados estaduais com elevadas críticas a Moisés foram vistos em eventos ou agendas com o governador.
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A reviravolta política de Carlos Moisés
Destacam-se dois nomes: Ivan Naatz (PL), presente em uma inauguração em Blumenau, e Kannedy Nunes (PSD), que foi a um evento na Acij com a presença de Moisés. Nos bastidores, comenta-se que os atos mais recentes de aproximação com os rivais têm o dedo de Giordani. Neste conjunto de reaproximações entra a vice-governadora, Daniela Reinehr. Diferentemente do que se esperava, ela segue ativa no governo, inclusive participando de atos representando o Executivo. Outra demonstração de que o coronel dos Bombeiros deixou as mágoas para trás.
Para 2021, Moisés começa um ano com sinais de bandeira branca, tanto por parte dele como da Alesc. O Legislativo terá no comando Mauro de Nadal (MDB), integrante da maior bancada e do partido que chegou a se aproximar do governador no começo da gestão mas andava distante ultimamente.
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Por enquanto, o papel de Moisés, mas principalmente de Giordani, foi o de reconstruir relações num momento em que os ventos são mais favoráveis. Mas há um processo de impeachment ainda a ser votado na Alesc e duras missões que o governo terá que enfrentar, como a pandemia e a reforma da Previdência. O efeito do novo estilo de política do governador será testado neste novo ano, tanto nos projetos como na avaliação dos catarinenses.
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