O anúncio da prefeitura de Florianópolis sobre o sistema de transporte coletivo que vai operar em torno do novo aeroporto Internacional Hercílio Luz deixa uma lacuna fundamental. Não haverá uma linha direta entre o Centro e o terminal de passageiros. Assim, quem pretende se deslocar de um ponto ao outro precisará fazer a troca de ônibus antes de chegar ao seu destino.

Continua depois da publicidade

Em entrevista ao Bom Dia SC, da NSC TV, nesta terça-feira, o secretário-adjunto da Mobilidade Urbana, Marcelo Roberto da Silva, apontou para a baixa demanda como fator para a decisão. Mas não seria o caso de justamente criar essa demanda a partir da oferta das linhas? A administração do aeroporto estima um crescimento no número de passageiros, inclusive com estudos neste sentido dentro do projeto de concessão do terminal.

Pelas linhas anunciadas, o passageiro não conseguirá fazer um deslocamento rápido entre o Centro e o aeroporto. Com isso, a tendência é que cada vez mais o transporte coletivo seja deixado de lado. Ao invés de abraçar uma oportunidade de incentivar este importante modal da mobilidade urbana, o município opta por criar um novo obstáculo. O usuário vai preferir o carro — seja no táxi, transporte por aplicativo ou alugado — quando poderia, em um custo menor, fazer seu deslocamento com agilidade.

Os trajetos criados para atender o aeroporto serão fundamentais para os moradores do Sul da Ilha, principalmente os trabalhadores do terminal que moram na região. Mas e quem vai trabalhar no local e sai de outros pontos? Esta pessoa precisará encarar dois ônibus a partir do Ticen. Além de prejudicar os funcionários, pensando em turismo e mobilidade, a prefeitura erra ao não colocar uma nova linha direta, seja do transporte executivo ou comum.

Continua depois da publicidade