A defesa do governador Carlos Moisés da Silva tem uma nova estratégia para desvinculá-lo da compra dos 200 respiradores da empresa Veigamed. No final de semana, Moisés divulgou trechos da investigação feita pela força-tarefa do Ministério Público (MP-SC) que, afirma, comprovariam suas alegações durante a investigação. Os apontamentos também serão feitos pelos advogados junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Em um dos trechos destacados pela defesa de Moisés, há uma troca de mensagens entre o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, e o ex-secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, nos dias 22 e 23 de abril, antes da divulgação do esquema fraudulento pelo portal The Intercept Brasil.

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Na conversa, Zeferino coloca à disposição dos policiais civis o contrato que havia sido feito com a Veigamed como sinal de coloboração com a apuração. O governador vinha sendo questionado pelos membros da CPI dos Respiradores por ter supostamente mentido sobre as datas em que ficou sabendo da compra. Nas respostas enviadas à comissão da Alesc, ele cita o pedido para que a Polícia Civil investigasse o caso.

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Como segundo apontamento está uma divergência no número que seria do celular do governador Carlos Moisés da Silva. Em documentos enviados recentemente pelo MP-SC ao STJ, consta do relatório da apreensão do celular de Leandro Barros, advogado de Biguaçu que chegou a ser preso, um contato intitulado como “Whats Gov Carlos Moisés”. Ainda há a indicação de que as conversas teriam sido apagadas. No entanto, o governador diz que o número que consta no contato não é dele, mas sim de um celular usado para divulgação das ações do governo pela secretaria de Comunicação.

O que diz o MP-SC

Em respostas às críticas feitas por Moisés ao trabalho da força-tarefa, o MP-SC emitiu uma nota nesta terça-feira (13). Segundo o trecho, a parte referente ao celular “não foi utilizado pela Força-Tarefa O2 para requerer a remessa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) da investigação sobre a compra emergencial pelo Estado de 200 respiradores”.

O relatório mencionado, afirma o MP-SC, “apenas reflete os dados existentes no celular, não cabendo ao MP-SC emitir qualquer juízo de valor ou realizar a interpretação das provas que compete àquele Tribunal Superior”. O envio dos documentos teria sido feito no dia 5 de outubro. Para finalizar, a promotoria relata que o conteúdo divulgado por Moisés não poderá ser usado na investigação já que o STF declarou nulas as buscas e apreensões contra Leandro Barros, em decisão da semana passada.